Tem um tempo que estou numa carência infernal. Em quase todos os departamentos, assim, por alto. Daí que na mesma semana me surgem o ex (tá, eu resurgi pra ele), o quase amante (quase por motivos que dá preguiça de contar) e um filme.
Tipo, um hoje, o outro amanhã, e o terceiro na quinta. Sexta viajo. É muita informação.
Tava tudo bem na minha confusão habitual, quando o tal quase amante decidiu me provar que não é um frouxo total. E disse que ia vir me fazer uma visita na quinta. Antes eu já tinha marcado a saída com o ex na quarta e tava numa insegurança achando que ia dar tudo errado, sem razão aparente para a paranóia. E daí percebi que muito da minha ansiedade e insegurança com o tal programa de quarta (isso soou meio orla de Copacabana, mas enfim) é o fato de ter ficado meio traumatizada com todos os bolos que já levei do quase amante.
Auto-estima no lixo, sentimento de frustração comigo mesma por me manter nessa situação e raiva do desgraçado. Mentira, que nem consigo ter raiva. Que raiva que fico de não conseguir ter raiva, pelo menos não por muito tempo.
Enfim, percebi que aquele ditado do gato escaldado está se aplicando a mim perfeitamente. Pelo menos essa semana. Aí decidi que vou desviar o foco de tudo, me concentrar na minha viagem, porque nem que passe o final-de-semana jogada na areia olhando pro céu sem fazer nada, sei que vou me divertir. E é fato que eu NÃO vou passar o final-de-semana jogada na areia olhando pro céu sem fazer nada.
Ah, o filme. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Ele entra no contexto da seguinte forma: não tem trauma que justifique manter o medo de viver as coisas. E não dá pra esquecer tudo definitivamente. Superar é a melhor coisa, e tentar sempre. E se arriscar a quebrar a cara, mesmo que depois tenha que curtir ressaca emocional.
E é de conhecimento público e comprovado cientificamente que fica muito mais fácil ir curtir uma ressaca emocional numa viagem semi-piriguetal ao Rio de Janeiro.